Resumo:
Estes estabelecimentos são um testemunho dos hábitos da venda de produtos “à moda antiga”. A longevidade das mercearias/tabernas é visível no mobiliário e alguns elementos decorativos destes espaços. As mercearias foram os principais estabelecimentos comerciais das aldeias, vilas e cidades portuguesas até à década de 70 e 80.
Nos dias de hoje são cada vez menos e a tendência para desaparecerem é cada vez maior.
Conhecer as memórias de quem trabalhava atrás de um balcão é conhecer um pedaço da história das mercearias tradicionais cuja imagem de marca eram os armários de madeira para expor os produtos, caixas para cereais e legumes secos, as bilhas para azeite ou vinho em barro ou alumínio.
Nestes locais vendia-se um pouco de tudo, desde artigos de retrosaria, comida e bebidas, azeite, fogões, ferragens e gasolina. Os bens como feijão, manteiga, café ou bolachas, frutos secos (caju, nozes, pinhões, amêndoas) eram vendidos avulso/granel (em cartuchos de papel ou medidas de madeira de diversos tamanhos) ou a peso.
Estes estabelecimentos estão, normalmente, divididos em dois espaços diferentes que comunicam entre si. A mercearia de um lado e a taberna do outro. Na taberna (composta, usualmente, pelo balcão, frigorifico e algumas prateleiras) serve-se, em copos de diferentes tamanhos, o vinho, a cerveja e outras bebidas. Serve-se ainda algo para comer, como queijo e sandes diversas.
Por motivos de privacidade os entrevistados não autorizaram a publicação dos seus testemunhos online. Esses registos fazem parte do arquivo do projeto e foram exibidos publicamente na exposição "Memória das Terras de Monsalude".